terça-feira, 12 de março de 2013

* PESQUISAS IV - Conflito: CURDISTÃO *


 O Curdistão é uma região habitada por população de etnia curda, cuja área está localizada dentro dos territórios da Turquia, da Síria, da Armênia, do Azerbaijão, do Irã e do Iraque. É considerada a maior nação sem território do mundo. A população curda é reprimida sobretudo no Iraque e na Turquia.

É o maior grupo étnico sem Estado no mundo. São mais de 25 milhões de pessoas descendentes de indo-europeus. 
Aproximadamente 70% vivem na Turquia, também no norte do Iraque, Irã, Síria e em países da ex-URSS. 
Reivindicam um Estado próprio: o Curdistão. Território com 530 mil km². 
Em fevereiro de 1999 é preso no Quênia e conduzido a Turquia, o líder curdo Abdullah Ocelan. Desde 1984 é o principal líder do PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos). 

Os curdos são descendentes de indo-europeus e consti-tuem o maior grupo étnico sem Estado do mundo (mais de 25 milhões). Eles reivindicam um Estado próprio e vivem na Turquia (cerca de 14 milhões), no Iraque, no Irã, na Síria e em países da antiga URSS.




Curdistão


O termo Curdistão (lugar dos curdo, em curdo) diz respeito à região com maioria curda em parte da Turquia, do Irã, do Iraque, da Síria, do Azerbaijão e Armênia. O território tem uma área de 530 mil km2.

O que fez do Curdistão um tema chave na guerra civil síria é a perspectiva da formação de um estado curdo na região. Segundo alguns analistas do Médio Oriente, isto poderá representar um papel central no redesenho das actuais fronteiras do Médio Oriente. Independentemente das suas intenções, a Turquia abriu caminho ao surgimento desta situação. De facto, é em relação a estes desenvolvimentos que devemos considerar os seguintes acontecimentos:
O primeiro acontecimento foi a tomada das cidades curdas do norte da Síria pelas forças curdas, tal como acima detalhada. O segundo foi a deslocação de grandes companhias petrolíferas como as norte-americanas Exxon- Mobile e Chevron, a francesa Total e a russa Gazprom dos campos petrolíferos do sul do Iraque para os campos petrolíferos sob controlo do Governo Regional Curdo e a assinatura de novos contratos com este governo, independentemente do governo central iraquiano. O terceiro foi o reinício das grandes operações do PKK na cidade de Shamdinly, na província turca de Hakari que faz fronteira com o Irão e o Iraque, elevando a guerra entre o PKK e o governo turco a um novo nível de intensidade.
Em relação ao primeiro acontecimento: tinha havido anteriormente especulação na imprensa do Médio Oriente de que Bashar al-Assad poderia retirar-se para as montanhas de Nasiriyah e formar um pequeno estado cujo apoio central viria dos alawitas e outras etnias minoritárias, enquanto as forças do ELS apoiadas pela Turquia e pela NATO formariam um estado sunita. Mas não havia nenhuma menção a um «mini-estado curdo» na Síria até o PYD ter tomado o controlo das cidades curdas do norte da Síria. Em reacção a este acontecimento, Erdogan declarou que a Turquia não toleraria a presença de «forças terroristas» nas suas fronteiras e proclamou que isso era uma «linha vermelha». Depois deste incidente, os EUA anunciaram a sua forte oposição à desintegração da Síria – embora os EUA e a Turquia estejam a intervir na justa luta do povo sírio para a transformarem deliberadamente numa guerra civil religiosa e étnica.

Depois deste acontecimento, a Turquia advertiu o Governo Regional Curdo do Iraque (com o qual se tinha aliado) de que não aceitaria os actos já ocorridos e que não toleraria a formação de um estado curdo junto às suas fronteiras. A Turquia pediu a Barzani que ajudasse a eliminar as forças do PKK do Curdistão iraquiano e sírio. O ministro turco dos negócios estrangeiros Ahmet Davutoglu viajou de imediato a Erbil para falar com Barzani. Durante essa visita, Barzani, que normalmente aparece com um fato ocidental quando se reúne com visitantes estrangeiros, dessa vez apareceu em roupa tradicional curda.
De seguida, Davutoglu foi visitar o governador turcomano de Kirkuk (uma das maiores cidades do Curdistão iraquiano em que um terço da população é turcomana e não curda). A mensagem de Davutoglu foi de que a Turquia usaria a sua influência no Curdistão iraquiano para destabilizar o Governo Regional Curdo.
Em relação ao segundo acontecimento: grandes companhias petrolíferas como a Exxon-Mobil (a maior companhia petrolífera privada do mundo) assinaram seis contratos de exploração de petróleo com o Governo Regional Curdo do Iraque. A seguir a isso, em Julho passado, a segunda maior companhia petrolífera norte-americana, a Chevron, assumiu o controlo de 80 por cento de dois campos petrolíferos. Em Agosto, a companhia petrolífera francesa Total e a russa Neft (cujo proprietário é a Gazprom) também assinaram importantes contratos petrolíferos com o GRC. Um jornal turco escreveu que «quatro companhias petrolíferas que estão entre as dez maiores do mundo instalaram-se em Erbil» (Today's Zaman, 6 de Agosto de 2012).
O GRC tem estado há muito tempo a tentar abrir caminho à independência. A Turquia já tinha começado a comprar-lhe petróleo directamente, ultrapassando o governo central iraquiano. A companhia petrolífera Genel Enerji, baseada na Turquia e propriedade sobretudo de accionistas turcos, começou a trabalhar com o GRC na exploração e bombeamento do petróleo dos campos estabelecidos no Curdistão iraquiano. Segundo alguns observadores e analistas políticos, este foi o primeiro passo de um processo que visava converter a agora região autónoma curda do Iraque num país separado. 
Nos últimos anos, o governo da Turquia tem ultrapassado repetidamente o governo central do Iraque e estabelecido relações económicas, políticas, de segurança e militares directas com o GRC, de tal forma que a Turquia se tornou na maior potência económica estrangeira no Curdistão iraquiano. Ao mesmo tempo, a Turquia diminuiu a sua oposição à formação de qualquer estado curdo independente.
Mas, apesar da confiança do AKP na fiabilidade do GRC, os desenvolvimentos na Síria alteraram toda a equação. O controlo da região curda síria por forças curdas significaria uma outra região autónoma curda junto às fronteiras da Turquia. Numa só semana, a extensão das fronteiras da Turquia com zonas controladas pelos curdos passou de 400 para 1200 quilómetros. O potencial para a criação de um grande estado curdo com enormes receitas de petróleo mesma na fronteira da Turquia, juntamente com a possibilidade da formação de um estado do Grande Curdistão, mostra a enorme pressão sobre a estrutura política e económica do estado turco. Desde a fundação da República da Turquia por Kemal Ataturk que a opressão da nação curda tem sido um dos seus pilares.
Nos últimos dez anos, a burguesia turca tem tentado criar uma atmosfera que permita à burguesia curda partilhar parcialmente o poder político e permitiu algumas reformas na esfera da cultura e da língua de forma a atenuar a contradição entre as massas populares curdas e o governo. Mas esta contradição continua em acção e a burguesia curda não está satisfeita com o que lhe foi atribuído.
Em relação ao terceiro acontecimento: as forças do PKK encontraram uma oportunidade para intensificarem a sua luta armada contra o regime turco. Nos últimos anos, a política do PKK tem sido negociar com o governo do AKP. Durante algum tempo, apelou a um cessar-fogo e participou nas eleições municipais e parlamentares através dos seus partidos legais. Durante o mesmo período, a Turquia prendeu cerca de seis mil activistas do PKK que estavam a trabalhar com organizações legais como o Partido Paz e Justiça. Entre esses presos estavam presidentes de câmaras e membros do parlamento. Muitos dos presos são membros da organização municipal do PKK chamada União das Comunidades do Curdistão, a qual tem influência na gestão municipal, incluindo a recolha de imposto e os tribunais.
Embora o PKK tenha uma extensa base de massas e se chame Partido dos Trabalhadores do Curdistão, na realidade representa a burguesia curda porque exprime a perspectiva e o programa dessa classe. O líder deste partido, Ocalan, tem enfatizado repetidamente que o objectivo do PKK não é debilitar a Turquia mas sim restabelecer o poder do império otomano, acrescentando que a Turquia não conseguirá obter isso sem a unidade com os curdos (o que realmente significa a unidade das burguesias turca e curda). A posição do PKK sobre as questões do Médio Oriente é apoiar os projectos dos EUA. Considera-se parte de um eixo de amigos dos EUA. Claro que o regime de Erdogan se vê como a cabeça desse eixo. Depois de Ocalan ter sido encarcerado em 1999, ele exprimiu repetidamente estes pontos de vista nos artigos mensais que costumava escrever da prisão e que eram publicados na imprensa turca. É de salientar que ele deixou de escrever esses artigos nos últimos meses, que corre o rumor de que foi transferido para prisão domiciliária e que o governo está a negociar com ele.
Embora a economia turca tenha tido algum êxito segundo os padrões actuais, com o surgimento de uma classe média abastada, e o regime do AKP seja apresentado como um modelo para os outros países do Médio Oriente, a sua estrutura interna é vulnerável. O seu papel como gendarme regional dos imperialistas está a exercer uma pressão cada vez maior sobre essa estrutura e esse regime dito estável poderá vir a enfrentar crises de legitimidade ou mesmo revolucionárias. As mudanças na estrutura da classe da grande burguesia da Turquia ainda não se reflectiram inteiramente na esfera política. É verdade que a burguesia curda tem beneficiado economicamente e que tem o controlo de parte da economia interna, mas espera que obtendo um estado independente ou uma autonomia possa ser admitida no clube das grandes burguesias do Médio Oriente. Todas estas forças estão em luta política e militar entre si.
Agora, os fazedores de política e os analistas dos regimes reaccionários da região e das potências imperialistas estão a resmungar que Assad está a jogar a «carta curda». Mas a questão aqui para nós é esta: Que oportunidades nos apresenta a situação no Curdistão? Será que os comunistas e os intelectuais revolucionários curdos irão erguer uma voz internacionalista e revolucionária contra todo o jogo em que os curdos são uma «carta» a ser jogada? O predomínio da liderança burguesa na luta do povo curdo não tem obtido e não obterá nada melhor do que o que vimos com o GRC no Iraque.

* PESQUISAS III - Conflito: CURDISTÃO *


Etimologia das palavras curdo e Curdistão
O nome Curdistão pode ser remetido à palavra suméria kur, que significava algo parecido com montanha há mais de 5000 anos.
O sufixo -ti representava uma filiação. A palavra kurti expressava então a ideia de tribu da montanha ou povo da montanha. Os luvianos, um povo que viveu no oeste da Anatólia cerca de 3000 anos atrás chamava o Curdistão de Gondwana, que significava em sua língua terra dos vilarejos. Em curdo, a palavra gond significa até hoje vilarejo. Durante o reinado dos assírios, os curdos eram denominados NaNairi, palavra que tem um significado próximo a povo ribeirinho.
Durante a Idade Média, sob o reinado dos sultões árabes, a região curda era conhecida como Beled-Ekrat. Os sultões seljúcidos, que utilizavam a língua persa, foram os primeiros a utilizar a palavra Curdistão, a terra dos curdos, em seus documentos oficiais.
Os sultões otomanos também chamavam a área de assentamentos curdos Curdistão. Até a década de 1920, esta era a denominação mais frequente. Após 1925 a existência do povo curdo foi negada, especialmente na Turquia.


Lutas pelos recursos, guerra e terrorismo de estado no Curdistão
No passado, a posição estratégica do Curdistão já havia chamado a atenção, transformando o país em peão de lutas pela distribuição de recursos, guerras e terrorismo de estado. Este fato é verdadeiro atualmente e pode ser remetido ao começo da história, já que o Curdistão tem sido sistematicamente exposto a ataques e saques por parte de potências estrangeiras. Os regimes de terror dos Impérios Assírio e Cita entre 1.000 e 1.300 a.C. e a campanha de conquista liderada por Alexandre o Grande são os melhores exemplos de tais ataques. A conquista árabe foi seguida de uma expansão do Islã no Curdistão. Por mais que o Islã pregue uma religião pacífica, em sua essência ela é dificilmente dissociável de uma ideologia de conquista da nação árabe, que se propagou rapidamente pelo Curdistão. O Islã então prosseguiu até as montanhas de Taurus e Zagros, exterminado as tribus que resistiam. No ano 1.000 d.C. o Islã conheceu seu apogeu. Então, nos séculos XIII e XIV, os mongóis invadiram o Curdistão, causando uma grande diáspora curda. Após a batalha de Chaldiran em 1514, da qual saíram vencedores os otomanos, as fronteiras naturais do Império foram transladados ao Leste, ampliando assim o Império.
O Tratado de Qasr-e Shirin finalmente estabeleceu de maneira oficial as fronteiras iranianas e turca, concluindo assim a repartição do Curdistão tal como apresenta-se hoje. A Mesopotâmia e os curdos se encontravam em sua maioria dentro dos limites do Império Otomano. Até 1.800 os otomanos e os principados curdos conheceram um período relativamente pacífico, baseado a discrição sunita que ambos compartilhavam. Os curdos alevitas ou zoroastrianos, porém, continuaram desafiando o Império e criaram focos de resistência nas montanhas. De 1.800 ao declínio do Império Otomano, o Curdistão foi abalado por inúmeras rebeliões, as quais eram geralmente aniquiladas sem piedade. Após a queda dos otomanos o Curdistão foi repartido mais uma vez, agravando assim a atmosfera de violência. As potências imperialistas emergentes Inglaterra e Franca redesenharam as fronteiras do Oriente Médio, entregando assim o Curdistão ao domínio da república turca, do trono iraniano, da monarquia iraquiana e do regime sírio-francês.
Sentindo a perda de uma grande parte de seus antigos territórios, a Turquia rapidamente adotou uma política de assimilação, na tentativa de unificar as partes restantes do antigo Império
Otomano. Qualquer indício de cultura que não a turca seria, de acordo com esta política, exterminado. Desta maneira, língua e a cultura curdas foram banidas.
A dinastia aspirante dos pahlavi no Irã procedeu de uma maneira similar. A rebelião liderada pelo líder tribal curdo Simko Shikak de Urmiye e a luta pela emancipação da república curda de Mahbad foram suprimidas sem piedade. O Xá fundou assim um regime de terror no espírito da época fascista do começo do século XX. Nas regiões iraquiana e síria do Curdistão, a Inglaterra e a França destruíram, com a ajuda de seus aliados fiduciários árabes, os esforços curdos pró-emancipação. Nessas regiões também foram estabelecidos regimes coloniais cruéis.



Bases ideológicas da repressão colonial e a política
de poder no Curdistão
Tanto a repartição do Curdistão quanto a essência dos regimes árabe, persa e turco constituíram obstáculos ao desenvolvimento social dos curdos destas regiões. O relativo atraso social dos curdos, que ainda hoje mantêm suas estruturas feudais, é um produto de tais relações de poder. Com a chegada de estruturas capitalistas, das quais os curdos foram em sua maioria excluídos, a brecha entre seu desenvolvimento e o das sociedades hegemônicas árabe, turca e persa aumentou ainda mais. As estruturas de poder do regime feudal se misturaram às estruturas de poder burguesas do capitalismo, o que ajudou a preservar o domínio das respectivas nações sobre o território. Apesar de tais estruturas dependerem do imperialismo, elas foram capazes de construir suas próprias economias nacionais, desenvolver progressivamente suas respectivas culturas e estabilizar suas estruturas estatais. Despontou, apesar das condições, uma nova elite nas áreas de ciência e tecnologia. Todo grupo étnico minoritário de cada país foi forçado a utilizar exclusivamente a língua dominante. Com a ajuda de uma política nacionalista tanto doméstica quanto internacional, eles criaram uma classe dominante que se percebia como um poder hegemônico sobre qualquer outro grupo étnico. A polícia e o exército foram expandidos e fortalecidos para suprimir qualquer resistência popular. O povo curdo não soube responder a uma tal repressão. Eles ainda sofriam do impacto de intrigas imperialistas precedentes. Eles foram confrontados a um chauvinismo nacionalista agressivo da parte dos estados que detinham o poder no 19
Curdistão, enquanto o caráter “legítimo” deste poder era explicado por construções ideológicas extremas.
Negação e abnegação
Os poderem hegemônicos (i.e. Turquia, Iraque, Irã e Síria) negaram aos curdos sua existência como grupo étnico. Neste ambiente, os curdos corriam sérios riscos se eles se referissem a suas origens. Indivíduos que não se abstinham de tais referências, apesar do perigo, eram raramente apoiados por seu próprio grupo étnico. Para os curdos, comprometer-se abertamente com suas origens e cultura resultava em exclusão de toda relação econômica e social. Em vista disso, muitos curdos negavam sua descendência ou escondiam-na, e os respectivos regimes fomentavam sistematicamente tais práticas. Esta estratégia de negação produziu as mais variadas e absurdas situações. Para o regime árabe a questão curda simplesmente não existia. Para eles, não havia sombra de dúvida que esta questão havia sido resolvida pelo predomínio do Islã. A única nação era o Islã, e essa nação era árabe.
Os persas foram ainda mais longe e definiram os curdos como um subgrupo étnico persa. Assim, os direitos do povo curdo seriam garantidos de forma natural. Os curdos que insistiam em lutar por seus direitos e revindicavam sua identidade étnica eram vistos como indivíduos que denegriam sua própria nação, recebendo consequentemente o tratamento apropriado.
O regime turco revindicava sua supremacia sobre os curdos pelas supostas campanhas de conquista da Anatólia que teriam ocorrido mil anos antes. Durante estas campanhas ter-se-ia constatado que não existiam outros povos na região. Por conseguinte, curdo e Curdistão representam não-palavras, não existentes ou cuja existência não é permitida segundo a ideologia oficial. O uso de tais palavras representa um ato terrorista e é punido como tal. 
Apesar de construções ideológicas deste estilo, o povo curdo representa um dos grupos étnicos autóctones mais antigos da região.


A maior nação sem pátria.
Descendentes do antigo império medo-persa (nação a quem pertenceu o Rei Dario, e ante quem serviu o profeta Daniel) os curdos lutaram muito para possuir seu próprio território como pátria para dar um lar a seus mais de 20 milhões de habitantes que hoje vivem divididos entre a Turquia, Síria, Iraque e Irã. São na maioria muçulmanos, apenas se conhecem crentes entre eles.
Determinar o número exato é impossí­vel. Os governos de seus respectivos paí­ses tendem a subestimar seu número, enquanto que seus movimentos nacionalistas o exageram.
Eles são descendentes dos medo-persas mencionados na Bíblia Em 612 a.C. conquistaram Ní­nive, e por sua vez foram conquistados pelos persas em 550 a.C. Alguns antropólogos os identificam com os elamitas mencionados na profecia de Jeremias 49. No século VII d.C., ao se converterem, na sua maioria, ao islamismo.
Os Curdos mais famosos da história foram Dario, o Medo, que reinou na Pérsia no tempo de Daniel, e Saladino, que lutou contra o Rei Ricardo Coração de Leão, nas cruzadas e reconquistou Jerusalém para o islamismo em 1187.
Um povo diferente
Não há dúvida que eles são a maioria mais importante do Oriente Médio. Sua pátria, que eles chamam de Curdistão, não tem limites oficiais, mais se estende desde as montanhas Zagros no Irã até a parte do Iraque, Sí­ria e Turquia Oriental. Uma região montanhosa de 500.000 km2 onde se encontram 100% do petróleo turco e sí­rio, e 74% dos curdos do Iraque (Kirkuk-Mosul) e a metade do iraniano (região de Kermanach). Ao norte se encontra o Monte Ararat (onde desceu a arca de Noé), e os rios Tigre e Eufrates banham a região.
Um povo com lí­ngua própria
A diferença entre á¡rabes e curdos está no fato de que estes ainda não estruturaram a sua lí­ngua e a sua escrita; os mais alfabetizados escrevem em árabe.
O curdo é um idioma indoirani relacionado com o persa. Tem um grande número de dialetos. Em alguns casos é possí­vel o entendimento restrito entre um dialeto e outro, porém na maioria dos casos não o é.
Provavelmente o obstáculo mais grave para a comunicação entre os curdos e com outras nações resida no fato de que o analfabetismo é muito grande (inferior à 10%). Poucos são os que tem oportunidade de ir a escola, geralmente por questões econômicas.
Um povo com crenças próprias
Religião de origem mazdeísta, não obstante os curdos tem sido fiéis seguidores de um provérbio que se aplica a toda a minoria do Oriente Médio: "Mais vale uma raposa em liberdade do que um leão preso". Assim, o povo curdo teve que mudar sua religião para sobreviver. Da mesma forma, mantém antigas crenças em espí­ritos que habitam em cavernas, montanhas e vales.
Um povo com identidade própria
Ainda que originalmente eram nômades, hoje em sua maioria são agricultores. Vivem em pequenos povoados que se destacam por sua estrutura competitiva de clãs e por sua desordem: em algumas ocasiões ganharam a reputação de serem brutos. Os turcos provocaram algumas tribos curdas a unirem-se para o massacre dos armênios até o final do século XIX.
A parte disto, são muito hospitaleiros. Suas mulheres realizam tarefas domésticas, e durante a colheita também trabalham no campo. Em suas festas as esposas tem lugar ao lado de seus maridos, e é permitido que falem. Os curdos normalmente tem uma sã esposa.
Pode-se dizer que sua cultura está baseada no amor. Por exemplo, é bem visto uma jovem deixe seu lar para unir-se ao seu amado, ainda que contra a vontade de seus pais. As mães sempre levam consigo seus bebês, até quando vão realizar trabalhos no campo. É permitido às crianças, desde pequenos, a sentar-se com os adultos e participar de suas conversas, que geralmente são sobre o amor, doenças, ou morte. Os filhos levam o sobrenome do pai, ainda que podem tomar o da mãe se ela é bonita ou de famí­lia muito conhecida.
Preparados para morrer pela sua pátria
Nação sem estado, massacrados pelos turcos, árabes e persas, esquecidos pela ONU, os curdos são na grande maioria analfabetos. Desde o iní­cio deste século, quando se desenvolveu seu nacionalismo, o povo curdo mantém uma guerra de guerrilhas contra as potências ocupantes de seu território. O tratado de Sôvres, firmado em 1920, havia prometido a eles o direito a sua independência depois da queda do império otomano. Mais quando o texto de Sôvres foi substituí­do pelo de Lausane, foi perdida toda esperança.
Não é a primeira vez que as esperanças curdas por obter uma nação própria terminou em desastre. Seus guerrilheiros chamam a si mesmo "peshmerga" (os que enfrentam a  morte), e através dos anos tem sido frustrados seus intentos por aspirar uma nação própria, em terras com governantes que os depreciam.
No Iraque, Saddam Hussein tentou por longo tempo eliminá-los. Quando as forças aliadas na guerra do Golfo, expulsaram o exército iraquiano do Kuwait, centenas de milhares de curdos sem lar se dirigiram ao norte para reclamar suas antigas terras, somente para serem atacados por Saddam e forçados a fugir novamente.
Os problemas no Iraque tem levado o Primeiro Ministro da Turquia a utilizar a palavra curdos, já que até pouco tempo a existência deste grupo humano não era aceita, e eram chamados de turcos das montanhas. Agora, uma nova legislação foi proposta e trarão liberdade limitada para a língua curda permitindo fitas e vídeos em sua lí­ngua, mais não livros.
Morrem sem Cristo
Há muito poucos cristãos no Curdistão, e a maioria deles são nominais. Os missionários que trabalham nesta área tiveram que abandoná-la em 1920 por causa das pressões polí­ticas. Atualmente há uma pequena obra cristã em algumas regiões do Iraque.
Somente existem traduções do evangelho de Lucas e de João, os Provérbios, e o livro de Jonas e alguns episódios da vida do Senhor Jesus Cristo.
Oremos pelos curdos
A forma em que estão se desenvolvendo os atos, poderiam indicar uma resposta a oração de muitos? O evangelismo entre os muçulmanos curdos está severamente restrito e há poucos crentes verdadeiros (não se sabe de mais de 50 em todo o mundo); no entanto, as zonas curdas da Turquia tem a mais alta percentagem de reposta aos cursos bí­blicos por correspondência.
Podemos enfocar nossas orações a motivos importantes. Esperando que o desenvolvimento polí­tico seja para o bem, clamemos para que os curdos tenham a liberdade de escutar o evangelho em sua própria lí­ngua, e para que haja obreiros que tenham a possibilidade de proclamar as boas novas.
Considerando os projetos de evangelismo que estão em andamento, oremos pelo término da tradução do Novo Testamento a vários dialetos curdos. Para que sejam distribuí­dos os vídeos e as fitas que existem em curdos. Também para que os exilados que vivem na Europa sejam alcançados. 

* PESQUISAS II - Conflito: CURDISTÃO *


    Os curdos são descendentes do povo Hurrita que se fixou na região do Curdistão no 1º milénio a.C. Estes espalharam-se pela Mesopotâmia e juntaram-se a uma variedade de povos e tribos das terras baixas. 
A sua língua pertence a um subgrupo noroeste do ramo indo-iraniano, tendo sido a língua hurrita a sua primeira língua oficial, ainda evidente na construção gramatical. A maioria dos curdos é bilingue ou poliglota, falando línguas vizinhas como o árabe, o turco ou o persa.
Desconhece-se o número exacto de curdos no Médio Oriente devido aos recenseamentos recentes e à relutância dos vários governos em fornecer dados.
De acordo com estatísticas, os curdos deverão compreender cerca de 20% da população da Turquia, 15 a 20% do Iraque, 7% do Irão, 6% da Síria e 1,3% da Arménia. É estimado que o povo curdo seja cerca de 25 milhões.

Curdos no Iraque
1970 – Iraque anuncia plano de paz contemplando a
autonomia curda, que seria implementado em 4 anos.
No entanto, ao mesmo tempo, o regime iraquiano iniciou um programa de arabização em regiões ricas em
petróleo, interrompendo o acordo de paz e iniciando, em 1974, uma nova ofensiva.
||RIQUESA||1975 – Pacto de Argel, Iraque e Irão os cortam todos benefícios dos curdos e enviam árabes para campos de petróleo no Curdistão;
||COSEQUENÇIA||1980 – Guerra civil: assassinatos em massa, destruição generalizada, deportação de milhares de curdos;
O Iraque foi amplamente condenado pela comunidade internacional mas nunca foi seriamente punido pelos meios opressivos que levaram à destruição de 2 mil aldeias e à morte de milhares de curdos.
1991 – Após afirmação curda por parte da União Patriótica do Curdistão e Partido Democrático do Curdistão, tropas iraquianas recapturam regiões curdas, levando à fuga de milhares de curdos.
De modo a conseguir alguma estabilidade, o Conselho de Segurança da ONU estabeleceu uma “Zona de Exclusão”, que passou a ser controlada pelos partidos rivais UPC e PDC. Em 2003, os curdos receberam com prazer as tropas americanas que expandiram a área controlada pelas forças curdas.
2006 – As duas regiões curdas foram unidas, criando uma região unificada.

Curdos na Turquia
1915 a 1918 – Os curdos lutaram pelo fim do domínio Otomano, apoiados pelo Presidente Wilson e pelos seus 14 pontos de defesa das nacionalidades e reivindicaram a sua independência nas Conferências de Paz;
1920 – O Tratado de Sèvres determinou a criação de um Estado Curdo Autónomo que ocuparia essencialmente parte da actual Turquia e território iraquiano.
A descoberta de jazidas de petróleo e o temor da influência soviética contribuíram para o fim deste estado curdo.
1923 – Tratado de Lausanne, sem menção ao território como sendo curdo;
O acordo levou ao reconhecimento internacional da nova República da Turquia como sucessora do extinto Império Otomano e anulou o tratado de Sèvres, de 1920, que não chegou a ser ratificado pela Turquia.
||CAUSAS||1991 – Proibição da língua curda na Turquia, que reprimiu oficialmente qualquer expressão de identidade curda;
||MUDANÇAS||Como resultado de intervenções da União Europeia, as transmissões de rádio e de televisão em curdo são agora permitidas, embora com severas restrições de tempo. Além disso, a educação em curdo agora é também permitida em algumas instituições privadas.
Partido de Trabalhadores do Curdistão – considerado terrorista pelos EUA e UE, por lutar pela criação de um Estado independente num território consistindo em partes do sudeste da Turquia, nordeste do Iraque, nordeste da Síria e noroeste do Irão, sendo uma organização étnica separatista que usa a força contra alvos civis e militares.
Despovoamento da Zona Curda – provocada por atrocidades do PTC contra clãs curdos que eles não conseguiam controlar, pela pobreza do sudeste turco e pelas operações militares do estado turco com uso da força. Estima-se que 3000 vilas e aldeias curdas na Turquia foram verdadeiramente varridas do mapa, o que representou o deslocamento de mais de 378 mil pessoas.

Curdos no Irão
Século XVII – Um grande número de curdos foi deportado por Abbas I da Pérsia por meio da força para o Irão ocidental;
1946 – A República de Mahabad, apoiada pelos soviéticos, foi estabelecida no Curdistão iraniano, a norte do Irão, como parte de uma série de estados fantoches soviéticos e durou apenas 14 meses;
1953 – Após golpe militar, Mohammad Pahlavi tornou-se autocrático e suprimiu no Irão a maior parte das minorias étnicas, como os curdos;
1979 a 1982 – Lutas intensas entre curdos e o estado iraniano, tendo sido declarada uma “Guerra Santa” contra os curdos.
Desde 1983 – o governo iraniano mantém o controlo sobre todas as áreas habitadas pelos curdos, ocorrendo alguma instabilidade e tomadas de posições militares.
No Irão os curdos expressam a sua identidade cultural livremente mas os direitos de governo e de auto-administração são negados. Activistas de direitos humanos curdos no Irão têm sido ameaçados e perseguidos pelas autoridades iranianas.
Curdos na Síria
Correspondem a 15% da população da Síria, aproximadamente 1,9 milhões de pessoas, fazendo dos curdos a maior minoria étnica do país e concentram-se maioritariamente no norte.
Activistas de direitos humanos curdos, assim como em outros países, são maltratados e perseguidos, não sendo permitida a criação de qualquer partido político.
As autoridades síris proibiram:
 
O uso da língua; o registo de crianças com nomes curdos; negócios que não tenham nomes árabes; escolas privadas curdas e livros e outros materiais escritos em curdo.
Sem o direito à nacionalidade síria, cerca de 300 mil curdos são privados de quaisquer direitos sociais, violando-se as leis internacionais.
Fevereiro de 2006 – primeiros relatos da permissão do governo sírio em conceder cidadania a curdos, ainda sem qualquer acção oficial.

Curdos na Arménia
1930 a 1990 – A Arménia fez parte da União Soviética e os curdos, como outros grupos étnicos, tinham o estatuto de minoria protegida. Aos curdos arménios era permitido ter o seu próprio jornal patrocinado pelo Estado, transmissões de rádio e eventos culturais.
Com o fim da União Soviética, os curdos na Arménia foram destituídos dos seus privilégios culturais e a maioria fugiu para a Rússia ou para a Europa Ocidental.
Diáspora Curda
Relatório do Conselho da Europa:
1,3 milhões de curdos vive na Europa Ocidental, enquanto que 100 mil curdos imigraram para os Estados Unidos, 50 mil para o Canadá e 15 mil para a Austrália.
• 1960 - Primeiro imigrantes curdos oriundos da Turquia estabeleceram-se na Alemanha, Áustria, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Reino Unido, Suíça e França.
• 1980 a 1990 – Períodos sucessivos de instabilidade no Médio Oriente causaram novas ondas de refugiados, a maioria vinda do Iraque e do Irão.
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Curdos, um povo sem Estado
O Estado curdo previsto pelo Tratado de Sèvres nunca foi criado, não exercendo o povo curdo oficialmente qualquer soberania sobre qualquer território. Os curdos continuam dispersos numa vasta região transfronteiriça supermilitarizada. Com excepção do “Estado Federado Curdo”, os curdos parecem condenados a viver sob governos que ignoram os seus direitos


Curdistão é a região compreendida entre as cadeias montanhosas do Tauro Oriental Externo e dos Zagros. Desde o desmantelamento do Império Turco-Otomano, Curdistão encontra-se dividida por quatro fronteiras nacionais: Turquia, Iraque, Irã, Síria, além de uma pequena parte na Armênia e o Azerbaidjão. Apenas o Irã reconhece a região por esse nome. É habitada pelos curdos, população de origem indo-européia.
O Curdistão nunca foi politicamente unido, apesar de algumas tribos organizadas em principados terem experimentado autonomia ao longo de sua história. No final da 1ª Guerra Mundial (1914-1918), os curdos nacionalistas já tinham desenvolvido a idéia de um Estado nacional. O Tratado de Sèvres, assinado entre as potências vencedoras e representantes do Império Turco-Otomano, previa a autonomia não só do Curdistão, como também da Armênia, além do reconhecimento dos Estados árabes de Hejaz (região oeste da atual Arábia Saudita), Síria e Iraque. Porém, o tratado não é ratificado, sendo substituído, em 1923, pelo Tratado de Lausanne, que não faz nenhuma menção aos curdos e aos armênios.
Na Turquia, o líder Mustafa Kemal Ataturk procura fortalecer a identidade nacional e inicia uma forte política de assimilação dos curdos. Passam a ser chamados de “turcos montanheses”, sua língua é declarada ilegal ou classificada como dialeto turco e são impedidos de usar suas vestes típicas. Desde 1925, ocorrem rebeliões curdas principalmente na Turquia, no Iraque e no Irã

* PESQUISAS - Conflito: CURDISTÃO *


    O Curdistão Corresponde as nascentes dos nos Tigre e Eufrates, compreendendo a bacia petrolífera de Kirkuk e Mossul, no Iraque. Abrange terras desde o leste da Turquia, da Síria, o norte do Iraque, o oeste do Irã e a região do Cáucaso (Armênia, Azerbaidjão).
O povo curdo é marcado por um fato singular: com 25 milhões de pessoas, é o maior grupo étnico do mundo sem Estado próprio e fragmentado entre vários países.
É um povo antigo, ariano, de língua persa. Seus hábitos e cultura foram delineados nas áreas montanhosas entre a Turquia, Iraque, Armênia e Irã. Possui uma rica história, cujo auge ocorreu na Idade Média, com a dinastia de Saladino, que venceu os cruzados e reconquistou a Palestina para os muçulmanos.
Após 1918, quando é desmembrado o Império Turco-Otomano, formam-se novos países, como a Turquia, Iraque e Síria, e a etnia curda, minoria, passa a ser reprimida.
Desde a década de 1960, o movimento separatista curdo vem crescendo no Iraque. Na década de 80, o Iraque realizou a destruição de cidades e a deportação de nacionalistas curdos, devido à oposição dos mesmos ao governo iraquiano.
Na década de 1990, as facções curdas retomaram as lutas internas desencadeadas por rivalidades entre as principais lideranças.
A região autônoma curda, ao norte do Iraque, submissa ao bloqueio internacional e ao imposto pelo Iraque, permaneceu desde 1991 sob a ameaça do aumento dos conflitos tribais e a intervenção dos exércitos turco e iraniano. Nessa região, a crise econômica, a fome e a violência se agravaram.
Até que, em 1996, o Partido Democrático do Curdistão (KDP) pediu ajuda ao próprio governo do Iraque para se impor ao partido rival, a União Patriótica do Curdistão (PUIÇ)., que recebe apoio do Irã e da Turquia. Assim, tropas iraquianas ocupam a capital do Curdistão iraquiano, Arbil, desrespeitando a zona de exclusão aérea acima do paralelo 36°. Esse fato provocou novamente a intervenção dos EUA no Iraque. Mas o KDP, Partido Democrático do Curdistão, com o apoio do governo do próprio Iraque, conseguiu em poucos dias (setembro/96) dominar as principais cidades curdas.
O nacionalismo curdo ganhou importância na década de 1990.
Na Turquia, o governo aplicou até 2002 políticas discriminatórias contra os curdos, privando-lhes da s identidade, proibindo tanto seu idioma como alguns dos seus costumes mais característicos.
No Irã, os curdos sofrem a perseguição da maioria xiita do país
No Iraque, os curdos alimentam a esperança de verem reconhecido o seu status como país. Essas expectativa foram frustradas e o governo iraquiano implementou uma política de deslocamento da população curda, gerando confrontos armados.

* Trabalho relativamente aos conflitos -curdistão*